Hoje,25 de julho, é comemorado o dia do escritor

Dar asas ao pensamento e à criatividade, sendo capaz de transportar as pessoas para outros mundos e outras épocas. Transmitir informações, despertar o censo crítico, fazer aflorar emoções e formar opiniões. Cultivar o lado lúdico e ajudar a desenvolver o gosto pela escrita e pela leitura.

Estes são os papéis dos escritores, que hoje comemoram o seu dia. De forma profissional ou não, eles são pessoas que dedicam boa parte do tempo às letras, muitas vezes fazendo da escrita algo apaixonante e essencial em suas vidas.

"Tecnicamente, o escritor é uma pessoa que publica livros e tem uma relação direta com o ato de escrever. Porém, ser escritor é muito mais do que isso. Muitos escritores, assim como eu, fazem da literatura sua vida e não conseguem mais viver sem escrever. A grande maioria começa como leitores e acaba fazendo da leitura algo vital", diz o escritor catarinense Cristóvão Tezza, que há vários anos vive no Paraná e tem treze romances publicados.

Em um país em que as pessoas leem muito pouco, ser escritor também é um desafio. Segundo um levantamento do Instituto Pró-livro, o brasileiro lê, em média, 1,3 livro por ano. A quantidade é considerada bastante pequena. "Hoje, existem muitos projetos de incentivo à leitura, mas mesmo assim as pessoas leem pouco. Ao contrário do que se possa pensar, isso não deve ser encarado como um desestimulo aos escritores, mas sim como um desafio", afirma a escritora curitibana Adélia Maria Woellner, que tem dezenove obras lançadas.
Outro problema é relativo à publicação dos livros no Brasil. Na opinião do diretor da Editora Instituto Memória, da capital, Anthony Leahy, no País, escritores que não são famosos ou sensacionalistas acabam não tendo espaço ou ocupando as prateleiras mais baixas das livrarias. "Muitas vezes, se o escritor não é conhecido, acaba não sendo nem respondido pelas editoras. No Brasil, elas têm mais preocupação com as oportunidades mercadológicas do que com a construção de uma identidade cultural nacional".

O escritor e jornalista Ernani Buchmann - que é catarinense, mas mora há 51 anos em Curitiba, tendo nove obras lançadas -também atribui as dificuldades de lançamento ao fato de ainda existir um número pequeno de editoras no Brasil. "O tempo de análise das obras costuma ser longo, pois as editoras recebem muitas e têm dificuldades para responder aos autores. Quando há o lançamento, também ocorrem problemas com a distribuição. Isto faz com que muitas obras fiquem "encalhadas' e não cheguem ao grande público", declara.

No Paraná, a realidade é a mesma do restante do Brasil. O jornalista e escritor Dante Mendonça, que acaba de ser eleito para ocupar a cadeira de número 1 da Academia Paranaense de Letras e tem sete livros lançados, diz que o Estado ainda tem o agravante de ter poucas livrarias localizadas em cidades do interior. "Acredito que os curitibanos leem mais do que o restante dos paranaenses, pois têm mais acesso aos livros. No Estado, faltam boas editoras e os problemas relativos à distribuição também são visíveis".

Dante também critica o fato de os escritores locais não serem valorizados dentro do Estado. "A produção do Paraná é muito boa e o Estado tem escritores de peso importante inclusive na literatura nacional. Porém, muitos não são valorizados, inclusive pelos órgãos governamentais". Como exemplo da desvalorização, Dante comenta que nunca vendeu um único livro para a prefeitura de Curitiba ou para o governo do Estado. "O mais triste disso é que tenho livros que tratam de Curitiba e do Paraná".

Internet
Apesar das dificuldades, nos últimos anos a internet vem sendo considerada um instrumento de grande auxílio na divulgação literária. A ferramenta é valorizada pela grande maioria dos escritores, entre eles Cristóvão Tezza, que sempre escreveu seus livros à mão. Apenas o último, Filho eterno, e o próximo, Um erro emocional, que será lançado no próximo mês de setembro, foram escritos no computador.
"Confesso que tenho dificuldades em ler um livro na tela do computador, mas as novas gerações já são mais acostumadas com isso. Hoje, a internet tem espaços literários de grande importância. Além disso, são muitas as revistas e jornais digitais que contribuem com o hábito da leitura", declara.
Fonte:Cintia Végas,In ParanáOnline

A literatura como filosofia de vida

Apesar de que não tenho nada contra, não falarei de livros de puro entretenimento, até porque entretenimento você encontra em qualquer lugar: com amigos, festas, parques, viagens... Mas, o conhecimento não se encontra em cada esquina, digo o conhecimento mais crítico e não o clichê, pois este qualquer um o depara num “boteco” ou em debates de pseudo-intelectuais, os quais estão mais preocupados em inflar seus egos.

Aonde quero chegar? Conheci um livro intitulado “As Virgens Suicidas” de Jeffrey Eugenides. A obra começa e se estende por uma trama muitíssimo interessante, ao contar uma história que no período de um ano, cinco jovens irmãs cometem suicídio. Um grupo de meninos vizinhos, obcecados pelas mortes, chega à meia-idade com um museu de evidências, que vão de diários a roupas das garotas. Mas, mesmo depois de vinte anos, estes homens ainda encontram dificuldades para compreender aquelas almas femininas.

No entanto, não nos prenderemos na história em si, que por sinal procura entender a alma humana de uma maneira distinta, mas sim na trama, no jogo de segredos que o livro oferece, pois ao contrário de um filme de mistério esse livro não tem solução evidente, não há uma razão pela qual as meninas se mataram. Este livro admite que não há razões óbvias para as mortes das meninas, ou pelo menos, não são tão óbvias quanto acharíamos que fossem. E é isso que faz este trabalho literário, como outros dessa mesma natureza, ser interessante.

Podemos citar mais um trabalho importante, nesse aspecto: Dom Casmurro, que é um romance do escritor brasileiro Machado de Assis, o qual levanta uma dúvida: se Capitu realmente traiu ou não Bentinho. Apesar de muitas teorias sobre o assunto e dentre outros fatores, Dom Casmurro continua sendo polêmico, mesmo depois de um século de existência.

Esses livros demonstram o quanto são atraentes e muito importantes às obras que não se tem explicações lógicas, pelo menos não são tão óbvias, sobre uma determinada questão. Livros não precisam ser óbvios. Eles precisam ser coadjuvantes, mas não a ponto de oferecerem uma solução pronta para o leitor. Livros têm que fazer o leitor pensar e não só fazê-lo “viajar”, mas viver realmente o fato e por ser um fato vivido é o próprio leitor que chegará a uma conclusão sobre o que foi experienciado. Cada caso um caso.

Um dos papeis da literatura é levar o leitor para uma vida que jamais ele viveu e assim se tornará mais conhecedor, pois só vivendo, experienciando, as coisas é que podemos nos desenvolver.

A pessoa que ler livros desse estilo, além de melhorar o seu cognitivo, pois ela procura desvendar os mistérios e sua inteligência e sua sensibilidade estão sendo desenvolvidas na trama, acaba também tendo várias “vidas” e como são vidas, só quem viveu pode concluir algo mais concreto sobre o acontecimento, é claro. Não há ninguém, nenhum tipo de autor como nos livros de auto-ajuda, resolvendo os seus problemas. A literatura não é um padre, não está lá para ditar sua vida. Até porque a vida é mais complexa que tais auto-ajudas.

A boa literatura tem como filosofia a idéia de que existem algumas coisas que você tem que fazer por si mesmo… Se eu bebo, a sua sede continua; se eu como, a sua fome continua… Ninguém pode matar a sua sede, sua fome, se não você mesmo.

Tudo o que você não desenvolveu, não viveu, será perdido. Você não pode desfrutar, confiar, naquilo que não se desenvolveu em seu ser naturalmente. A verdade não pode ser dada, ela não é transferível. E é nisso que a literatura, dessa natureza, procura trabalhar ao oferecer ao leitor uma vida intrigante para que possa resolvê-la de acordo com a sua capacidade, em vez de dar algo pronto.

Literatura de qualidade faz os leitor viver situações com problemas contidas na manipulação da trama e conseqüentemente ele cresce através da procura de soluções e de alternativas. Favorecendo a concentração, a atenção, o engajamento e a imaginação. Como decorrência o leitor aprende a pensar, estimulando sua inteligência.

Para que o livro seja significativo para o leitor é preciso que tenha pontos de contato com a realidade, por isso obras de autores como Machado de Assis, Franz Kafka, Clarice Lispector, Fiódor Dostoievski, Caio Fernando Abreu, Ferreira Gullar, José Saramago, Jeffrey Eugenides, etc. são ótimas. Já que a vida real não permite ensaios, você pode ensaiá-los nessas obras realísticas, tendo mais “bagagem” para viver melhor, uma vez que elas têm algo a dizer sobre a vida, através de uma filosofia crítica, é evidente.

Então leia livros dessa natureza e permita-se viver livremente e desfrutar de todas as experiências necessárias ao conhecimento! Lembre-se que todos os ensinamentos são para esclarecê-lo como tal fato acontece, para falar a respeito do processo, mas ninguém pode fazer por você. Por isso, as obras literárias fazem o leitor viver, experienciar, e isso é importantíssimo, pois é um método de autoconhecimento.

Complementando, livros assim não subestimam o leitor, pelo contrário, sabe que somos inteligentes e por isso nos dar uma temática astuta ou difícil de ser resolvida, assim como são certas questões na vida.

Lembre-se que existem quatro corpos básicos de conhecimento, criado pelo homem, que são: a Arte, a Filosofia, a Psicanálise e a Ciência. E como tal, a literatura, que é uma arte, procura fazer o papel dela como fonte de conhecimento e desenvolvimento do homem, o qual irá aprender a lidar melhor com as adversidades de sua existência, os males do século XXI, e ter uma qualidade de vida adequada.

É bom deixar claro também o seguinte: ser guitarrista não quer dizer que ele toque heavy metal (pois temos guitarristas de música axé), ser pianista não quer dizer que ele toque música clássica (pois temos pianistas de música POP), ser saxofonista não quer dizer que ele toque jazz (pois temos saxofonistas até de música “brega”), então se há um livro não quer dizer que ele seja literatura (pois um livro é um volume transportável, composto por páginas encadernadas e só).

O livro literário diferencia-se de outros livros. Ele lhe conduz a examinar e a superar seus sistemas de crença e preconceitos resultantes de um condicionamento que limita a nossa capacidade de aproveitar a vida da melhor forma possível. Você simplesmente não é só um leitor depois de sua leitura, você é uma outra pessoa.


Fonte: Marcelo Vinicius,In Jornal Feira Hoje.(foto:A leitora,de Jean-Honoré Fragonard.)

Independência plena é fruto do conhecimento

Apesar dos inegáveis avanços nas duas últimas décadas, em especial no tocante à oferta de vagas nas escolas públicas, o ensino no País está longe de atingir patamar de excelência compatível com a meta do desenvolvimento. O problema reflete-se, de maneira muito evidente, no mercado de trabalho. De cada cem brasileiros de 15 a 19 anos, 72 não estão aptos a conseguir uma boa colocação profissional. A constatação é de um estudo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) sobre a qualidade da educação na América Latina.

A mesma estatística foi calculada em outros cinco países da região: Peru, México, Uruguai, Chile e Argentina. O índice do Brasil só não foi pior do que o verificado no Peru. Para chegar à conclusão, os autores do estudo consideraram o percentual de jovens sem Ensino Fundamental completo e também aqueles que, mesmo concluindo essa etapa, tiveram uma educação de péssima qualidade.

No caso do Brasil, 43% dos jovens de 15 a 19 anos sequer haviam conseguido concluir o Ensino Fundamental. Dos 57% que o fizeram, no entanto, o estudo estima que metade teve educação de baixa qualidade. A conclusão baseia-se no fato de que 50% dos alunos brasileiros que prestaram a prova de leitura do Pisa (exame internacional que compara a educação em diferentes países) não passaram do nível um de aprendizado (o mais baixo!). É absurdo nossos alunos continuarem com deficiência de leitura, corroborando numerosos estudos, nacionais e internacionais, de que essa prática regular é fundamental para melhorar a capacidade de aprender e entender os conceitos transmitidos em sala de aula.

Assim, é lamentável constatar que, a despeito dos progressos nos programas governamentais de acesso ao livro, dados do Censo Escolar 2008, de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC), indiquem que a falta de biblioteca é uma realidade em 113 mil escolas do Brasil. Isto é equivalente a 68,81% da rede pública! O mais grave é que essa deficiência estrutural engloba todos os ciclos básicos, abrangendo a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Médio, incluindo estabelecimentos municipais, estaduais e federais.

O problema não se imita à falta de livros. Em 2009, o orçamento federal para o envio de obras gerais à rede pública é de R$ 76,6 milhões. É um montante apreciável para as aquisições. Em 2008, as escolas receberam, em média, 39,6 livros cada uma, média muito razoável. E isto não inclui o PNLD (Programa Nacional do Livro Didático). Falta infraestrutura física, ou seja, espaços adequados à montagem das bibliotecas.

Somam-se a esse problema os grilhões do analfabetismo, uma triste realidade de um a cada dez brasileiros. Em números absolutos, são cerca de 15 milhões os maiores de 15 anos que não sabem ler e escrever. Mais grave ainda é que 21,6% dos habitantes com mais de 15 anos são analfabetos funcionais, ou seja, indivíduos que não entendem o que leem. Os dados são incompatíveis com um país que almeja o desenvolvimento e que, neste 7 de setembro, comemora 187 anos de emancipação política e soberania como nação.

Para os brasileiros incluídos nessas tristes estatísticas e as crianças e jovens das escolas públicas sem bibliotecas, o Grito do Ipiranga é um brado ainda retumbante. Para eles, somente nos raios fúlgidos dos livros e da leitura poderá brilhar o sol da liberdade, com a conquista do conhecimento, direito essencial para credenciar pessoas e povos à independência absoluta.



Fonte:Rosely Boschini, da Editora Gente, é presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL).

Tristeza: JB deixará de circular e terá apenas versão na internet

O Jornal do Brasil, um dos mais antigos do país — que teve a sua primeira edição impressa em 1891 —, vai deixar de circular. A data para o fim da versão em papel será decidida entre amanhã e quinta-feira, disse ontem o empresário Nelson Tanure, dono da marca. Com dívidas estimadas em R$ 100 milhões e vendo a circulação despencar, Tanure tentou encontrar um comprador para o jornal. Sem sucesso, decidiu manter o jornal só na internet. “A decisão de acabar com o papel está sendo tomada esta semana. Teremos uma decisão na quarta-feira ou na quinta-feira. Provavelmente, seremos o primeiro jornal a estar apenas na internet. É algo que está acontecendo no mundo todo”, disse Nelson Tanure.

Ontem, Tanure confirmou a saída de Pedro Grossi, que ocupava a presidência do JB há apenas quatro meses. “Eu demiti o Pedro Grossi porque ele era a favor de continuar no papel”, disse. Segundo a sua assessoria de imprensa, o Jornal do Brasil conta com 180 funcionários, sendo 60 jornalistas, que trabalham na redação. O JB tem hoje tiragem de 17 mil exemplares nos dias de semana e de 22 mil aos domingos. Na redação do jornal, o clima é de tristeza e nervosismo.

Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2010

Está chegando a maior feira de livros do país

A Bienal Internacional do Livro de São Paulo é o grande momento do livro no Brasil. É palco para o encontro das principais editoras, livrarias e distribuidoras do país, que preparam seus lançamentos para esse período. Um local de bons negócios! Atrai jornalistas, empresários e escritores do mundo inteiro e com ótima visibilidade na mídia. Além da larga oferta de livros, a Bienal do Livro oferece uma intensa programação cultural, desenvolvida para despertar o gosto pela leitura em mais de 700 mil pessoas, entre crianças, jovens e adultos. Algumas atividades estão previstas para personalizar ainda mais a programação, durante os 11 dias do evento.

Os números iniciais já permitem antever que a 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo será um marco na história das Bienais.

Alguns deles:

- Pavilhão com área de 60 mil m².
- Teto com novo isolamento.
- Melhorias na iluminação.
- Piso totalmente nivelado.
- Banheiros reformados.
- Sistema do estacionamento eletrônico.
- 350 expositores nacionais e estrangeiros, representando mais de 900 selos editoriais.
- Público esperado acima de 800 mil pessoas.
- Visitação escolar programada para receber mais de 180 mil estudantes do Ensino Fundamental e Médio.

21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo
Data: 12 a 22 de agosto de 2010
Horário: Das 10h às 22h
Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi
Av. Olavo Fontoura, 1.209 - Santana - São Paulo - SP

Poemeto II









Quando eu morrer,
Peço que ninguém chore,
Pois partirei para uma nova terra
Bem melhor do que esta.

E não se preocupem
Porque lá continuarei desempenhando
Meu ofício de poeta.

Não sou digno de lágrimas!

Chorem pelas crianças nas ruas,
Pelas famílias separadas,
Pela desigualdade humana.

(Texto extraído do livro A Arca da Desigualdade,dos Sentimentos e da Luxúria,de Roberto Belo)