Renato Araújo/ABr O Brasil é um país rico em manifestações populares e a literatura está entre elas. Por meio das obras escritas, é possível encontrar textos, estilos e autores que retratam a cultura do povo. A literatura brasileira foi marcada por estilos e tendências, que refletiam a realidade do país em diferentes épocas.
Desde Machado de Assis a Paulo Coelho, passando por Clarice Lispector e Jorge Amado, o Brasil sempre teve espetaculares escritores dos mais diversos estilos. Suas obras foram traduzidas para diversos idiomas e Paulo Coelho, por exemplo, está hoje entre os mais populares do mundo, com mais de 100 milhões de livros vendidos em todo o planeta.
Dados sobre a leitura no Brasil
• Apesar de a prática da leitura ser considerada importante fator para o acesso à cultura e à cidadania, dados atuais do IBGE mostram que:
• O brasileiro lê em média 1,8 livros por ano, contra 2,4 na Colômbia e sete na França.
• 73% dos livros estão concentrados nas mãos de apenas 16% da população.
• O preço médio do livro é R$ 25,00, muito elevado quando se compara com a renda do brasileiro nas classes C/D/E.
• Dos cerca de 600 municípios brasileiros que nunca receberam uma biblioteca, 405 ficam no Nordeste, e apenas dois no Sudeste.
• O governo investe com ações para mudar esse quadro e incentivando a leitura em diversas fontes. Na Internet, o site
Domínio Público disponibiliza centenas de títulos nos mais diversos estilos para download gratuito.
• Através dos tempos, diversos estilos literários marcaram época no Brasil. Conheça alguns deles.
Quinhentismo (século XVI)
Representa os primórdios da “literatura” no Brasil. Ganhou o nome pela fato de que as primeiras manifestações chamadas de literárias ocorreram no começo da colonização, nos primeiros anos de 1 500. Duas figuras são destacadas nesta fase, o padre José de Anchieta, e o escrivão Pero Vaz de Caminha.
O padre Anchieta, que aportou no Brasil com a missão de catequizar os nativos, deixou poemas, autos, sermões, cartas e hinos. Todo este espólio foi resultado do trabalho religioso de Anchieta de levar a Igreja até os primitivos habitantes do Brasil.
Pero Vaz de Caminha, o escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, por meio de suas cartas e seu diário, elaborou uma literatura de Informação ( de viagem ) sobre o Brasil. O objetivo de Caminha era informar o rei de Portugal sobre as características geográficas, vegetais e sociais da nova terra.
Barroco
Linguagem extravagante, carregada de metáforas (dizer uma idéia com outras palavras) e antíteses (sentidos opostos) para mostrar os conflitos entre a alma e o corpo. Destaque para o baiano Gregório de Matos.
Arcadismo
Estilo que valoriza a razão e a linguagem simples com temas ligados ao campo. Nessa fase, os poetas usam a ordem direta. Também era permitido o uso do verso branco, isto é, sem rimas. Entre os principais autores estão Tomás Antonio Gonzaga e Alvarenga Peixoto.
Realismo
Linguagem impessoal e objetiva, que explora os perfis psicológicos dos personagens e o lugar deles na sociedade. Machado de Assis é um dos representantes desse movimento.
Naturalismo
Mesmo período do realismo, com características parecidas, mas de linguagem mais explícita. Destaque para Aluísio de Azevedo, autor de O Cortiço.
Parnasianismo
Para os autores deste estilo, o importante é a arte pela arte, versos perfeitos, rimas ricas e muito comportadas. Entre os principais está o poeta Olavo Bilac.
Simbolismo
Inspirado em obras francesas, fala de espiritualidade com muitas metáforas, em poemas que parecem descrições de sonhos. Destaque para Cruz e Sousa.
Pré-modernismo
O traço em comum dos escritores nesse estilo é ser diferente. É a preparação para a revolução modernista. Entre os destaques estão Augusto dos Anjos, Euclides da Cunha e Lima Barreto.
Modernismo
Valoriza linguagem cotidiana, a liberdade de expressão e a brasilidade. O grande marco é a Semana de Arte Moderna de 1922. Mário de Andrade, Oswald Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Jorge Amado e Érico Verissimo são os grandes representantes dessa geração.
Autores contemporâneos
Nas últimas décadas não há movimentos claramente identificados ou autodenominados. É como se cada autor estivesse trilhando o seu caminho. Destaque para Guimarães Rosa, Rubem Fonseca e Carlos Heitor Cony.
Fonte:www.brasil.gov.br Minc/Programa Mais Cultura/Mundo Cultural