2010:Ano Joaquim Nabuco

Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo nasceu em 19 de agosto de 1849,no Recife. Filho de importante família política do Império e de latifundiários pernambucanos,passou os primeiros oito anos de sua vida no engenho Massangana,município do Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco.Em 1857 seguiu para o Rio de Janeiro e, em 1866, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo - onde foi contemporâneo de Rui Barbosa, Castro Alves, Rodrigues Alves e Afonso Pena –, transferindo-se para o Recife em 1869. Durante o curso na Faculdade de Direito do Recife assumiu a defesa do escravo Thomaz, acusado de assassinar o seu senhor, e escreveu o livro A escravidão; iniciativas que parecem sinalizar para a escolha que faria anos depois: a de dedicar boa parte de sua vida à causa abolicionista no Brasil.
Em 1870, no Rio de Janeiro, iniciou suas atividades jornalísticas no A Reforma, no qual defendia os princípios monárquicos.Seu interesse pela literatura evidenciou-se em 1872,com as publicações Camões e os Luzíadas e Le droit du meurtre.Viajou à Europa, desenvolvendo especial admiração por Londres e pelo sistema parlamentar britânico. Em 1876 foi nomeado adido de legação nos Estados Unidos.Em 1878 chegou ao Parlamento como deputado eleito pelo Partido Liberal de Pernambuco, dedicando-se integralmente à causa da Abolição.Fundou a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão,em 1880, e o jornal O Abolicionista. Em 1881 escreveu O abolicionismo, obra marcante em que defendeu a idéia de que a emancipação dos escravos só teria pleno sentido se acompanhada da democratização da terra. Derrotado nas eleições de 1882, retornou a Londres.
Em 1885, reeleito para o Parlamento por Pernambuco,empenhou-se na campanha pela adoção da monarquia federativa,sem abandonar a grande causa de sua vida pública: a Abolição. Nesse período, publicou opúsculos e livros: Propaganda liberal; O erro do imperador; O eclipse do abolicionismo;Eleições liberais; Eleições conservadoras; Escravos.
Abolida a escravidão, Nabuco concentrou-se na luta pela implantação da federação do Império sob o regime monárquico.Proclamada a República, retirou-se da vida pública,período em que se debruçou sobre o arquivo do pai, o terceiro senador Nabuco, e escreveu o clássico Um estadista do Império,como também publicou Balmaceda e o livro autobiográ¬fico Minha formação, entre outros.
Sua adesão à República afirmou-se em 1889, como ministro plenipotenciário em Londres, com a missão de defender o Brasil no litígio com a Guiana Inglesa. Em 1900 retornou à vida pública, para exercer a legação do Brasil em Londres. Em 1905 foi nomeado o primeiro embaixador do Brasil em Washington. Aderiu ao monroísmo e inclinou-se para a política externa adotada pelos Estados Unidos para as Américas, sendo um dos propagadores da ideia do pan-americanismo. Essas posições o indispuseram com o antigo amigo, Oliveira Lima.
Em 17 de janeiro de 1910 faleceu nos Estados Unidos, ainda como embaixador do Brasil. Foi enterrado no Cemitério de Santo Amaro, no Recife.
Fonte: Folder do Ano Joaquim Nabuco,In FUNDAJ.

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